E virou um ícone global de moda, lifestyle e brasilidade com um par de borrachas e muito branding.

Você provavelmente conhece a história: Havaianas, o chinelo que nasceu como item de necessidade, virou símbolo de estilo. Mas a parte mais interessante não está na sandália. Está na estratégia.

Esse é um case de como o branding pode elevar o valor percebido de algo banal — sem mudar o produto, sem inventar tecnologia, sem criar uma nova categoria.

Mudou-se a percepção. E com ela, tudo mais.

Antes do branding: necessidade. Depois do branding: desejo.

Havaianas foi lançada nos anos 60 como um produto prático, acessível, durável. Era vendida em sacos pendurados em supermercados e feiras.

Durante décadas, foi associada à simplicidade extrema — e, por que não dizer, à pobreza.

Mas aí veio a virada.

A Alpargatas (dona da marca) entendeu o potencial cultural daquilo. Em vez de fugir da origem, abraçou. E ao fazer isso, ressignificou.

O rebranding que não teve vergonha de ser o que era. O novo posicionamento transformou o que era “humilde” em “cool”.

Os elementos da virada:

• Design: novas cores, edições limitadas, colabs e licenças com personagens e designers.

• Comunicação: linguagem leve, tropical, divertida, cheia de brasilidade — mas com inteligência estética.

• Distribuição: entrou em aeroportos, lojas conceito, vitrines internacionais.

• Influência: passou a estar nos pés de modelos, celebridades e fashionistas — sem nunca deixar de estar também nas prateleiras populares.

A mágica? A marca não elitizou o produto. Ela sofisticou o símbolo.

Resultado: de R$ 10 a US$ 100 com a mesma sola.

Hoje, o mesmo chinelo que custa R$ 25 no Brasil pode ser vendido a mais de US$ 60 em lojas de departamento em Paris, Tóquio ou Milão.

Sem upgrade no material.

Sem inovação em engenharia.

Só com valor simbólico.

Só com branding.

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